sexta-feira, 26 de setembro de 2014

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA - 2014

Quando a gente trabalha acreditando nos nossos alunos com certeza o resultado aparece.
OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA/2014- Thalia Lomba & Imaculada Conceiçao
Memórias literárias
Quantidade de textos enviados pelas escolas: 94
Quantidade de vagas: 4
Quantidade de textos selecionados: 4
Relação de textos selecionados:
1.Número do texto: 292.079
Título: Baleiro mágico
Escola: EM IMACULADA CONCEICAO
INEP: 50006576
Diretor(a): Aristides José Bassi
Professor(a): Elaine Darnizot
Aluno(a): Thalia Guimarães Barroso - Período Matutino



BALEIRO MÁGICO
              Eu nasci numa cidade adorável, Campo Grande. Quando era criança, gostava de pular as cercas das chácaras e fazendas com meus primos e amigos para "catar" como se diz aqui, “guavira.” A guavira é uma planta nativa desta querida terra morena. Tem um fruto arredondado, de coloração verde-amarelada parecida com uma goiaba em miniatura. Que fruta de sabor inesquecível!
              Se bem me lembro, a cidade ainda não era muito grande, cercada de fazendas e chácaras com suas casas de varanda. Quase não existia asfalto, as ruas eram de “terra batida”. Recordo-me que o meu trabalho matinal era ajudar a minha mãe a varrer o quintal com vassoura de  “guachuma” nome popular de uma planta abundante na região. Comprar vassouras prontas? Nem pensar.
hoje está situado o Shopping Norte Sul. Aquele lugar era conhecido como “Sapolândia” assim o denominávamos, por que tinha muitos sapos. Nadávamos no córrego, que ainda não era poluído.Quando escurecia ficávamos amedrontados por causa de uma lenda contada pelos adultos: que ali andava uma mulher de branco que tinha sido abandonada no altar. Diziam que ela assustava as pessoas e fazia coisas ruins com elas.
Eu me reunia com meus amigos e  íamos para a rua procurar terrenos que pudessem servir para fazermos um campinho de futebol. Carpíamos e deixava-os bem limpinhos e então colocávamos duas traves para servir de gol. Nos divertíamos "pra valer". Só de lembrar, quase choro se saudade!
Também jogávamos “bete”, com bola feita de meias, cujos alvos, eram garrafas plásticas. E claro, não podia faltar o carrinho de rolimã, o "tobogã" de barranco que descíamos sentados sobre caixas de papelão.Bons tempos aqueles!
Ah! Que tempo bom vivi na minha infância e adolescência! e a noite tinha mais... Eu e minha irmã, sentados em roda de uma fogueira para ouvir lendas e histórias dos nossos avôs.
Não tinha essa de supermercados, shoppings, fazíamos as compras fiado em bolichos, e pagávamos no final do mês.
Sempre que eu entrava em um desses comércios ficava "vidrado" no baleiro. Quem não sabe, é uma espécie de bomboniere com repartições que o bolicheiro 'decorava' com balas coloridas. Eu girava e girava até escolher a preferida.  Eu nunca reclamava quando minha mãe me pedia para ir comprar algo, porque para mim era uma sensação incrível ficar observando aquele baleiro cheio de magia. Acho que meus olhos brilhariam ainda hoje se eu visse de novo  um baleiro. Essa magia eu guardo bem escondidinha no meu coração. Mas que hoje no calor das lembranças revelo.
Lembro-me bem que o leite vinha das chácaras e era vendido de casa em casa. Os moradores colocavam uma panela de cabeça para baixo na cerca de balaústre para sinalizar se queriam leite naquele dia.
Também fazíamos algumas traquinagens... brincar com o picolezeiro. Quando ele apertava a buzina e falava ¨olha o picolé¨, nós respondíamos de cima do telhado ¨nariz de chulé¨. Era diversão garantida.
Tenho uma saudade imensa desse meu tempo. Saudade do sabor da guavira, da sapolândia, da minha companheira "magrela", das brincadeiras improvisadas... Ah! E sem esquecer do "meu" baleiro mágico. Com certeza, essas são lembranças que nem mesmo o tempo vai apagar de vez da minha memória!

Texto de memórias escrito pela aluna Thalia Guimarães Barroso, com base na entrevista  realizada com o senhor  Vilmar Benites Balbuena, de 41 anos.


PARABÉNS THALIA GUIMARÃES E PROFESSORA ELAINE DARNIZOT




2 comentários:

  1. Parabéns aluna Thalia pela conquista. Isso é fruto que você plantou, continue assim.

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